Ver-te na íntegra, com todo o seu ser no seu melhor e no pior.
Levar-te na minha carroça pelo meio da noite escura,
explorar contigo todos os recantos do Bairro Alto, em que
oiço tantos fados que, despoleta a vontade louca da
minha mão em pegar na coisa mais semelhante a
uma pena, e fazê-la chorar lágrimas com os meus
hieroglifos contemporâneos.
Fazer-te querer lançar no meu peito para proferires as
únicas palavras que quero ouvir de ti.
Espero-te novamente na tua porta, anos mais tarde.
Espero várias horas, com a ideia de que vais voltar a sair
pela porta verde-pinho.
Não sáis.
Pego na minha carroça, e vagueio sozinho.
Tu vives num mundo á parte do meu. Do meu, do meu.
Espero-te mais uma vez na tua porta.
Minha caneta e pena não choram mais fados nem obras como
tu gostavas.
Agora choro eu. Eu choro agora.
Por ti.
Tiago Mendes
02/07/2010
02/07/2010
Choras porque se eu vou voltar para a casa com a porta verde pinho?
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