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sábado, 31 de julho de 2010

I


I just
miss you

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cunnie's Champagne

É um chegar a casa, acorrentado pelos dramas vizinhos dos nossos irmãos, num fato e gravata e chapéu e mala tão industrias e iguais como os do vizinho do lado e do de cima.
Arrasto-me até á porta, pego das chaves com o porta-chaves de unicórnio rosa (que mais me lembra aquele desenho animado ranhoso antigo, que as meninas gostavam, e que se calhar gostam. My Little Poney, creio eu.)
Sinto aquele perfume característico. É uma mistura de café matinal, com tabaco da noite anterior e torradas não acabadas duma hora qualquer, em conjunto com os nossos perfumes diários que te ofereci naquela Quarta-feira chuvosa.
Vinhas chateada porque o dia estava a correr mal, e passo a citar:
" - Este dia foi uma merda inorgásmicamente arrepiante".
Eu sabia que tinha feito bem em ter comprado aquele presente naquele dia, aquela folha de árvore naquela manhã de Outono guiou-me directamente para a montra.
Chamei-te, mas não vieste. Pensei que tivesses ido fazer as compras da semana, visto que os cereais e a fruta estavam a acabar.
Tirei o casaco, pu-lo no cabide e repousei no sofá.
Nem um minuto foi necessário contar, estavas tu á porta da sala.
Camisa branca, semi-desbotoada, com o teu cabelo negro longo a tapar-te metade da cara, e tinhas calçada aqueles botins de marca que comprámos em Paris na nossa viagem trimensal. Épica deveras.
Da tua boca, proferiste as palavras que oiço diariamente, mas que porra não me canso nem por nada " Tive saudades tuas amor ."
É tudo o que chega para me tirar o que vinha agarrado que nem lesma infernal e me colocar numa temperatura única, um género de frio-quente. Sensual até.
A minha mão direita chega imediatamente á tua face esquerda, puxando a tua boca até à minha, e a mão esquerda agarra-te pela cintura para te juntar. Tinha saudades já, e só se tinham passado oito horas.
Nunca sei quanto tempo passa quando realizamos este ritual tão gostoso. Mas também, quem quer contar o tempo? Que coisa mais irritante que podia-se criar.
Desgrudo-me da tua pessoa, para ir colocar música para criar o ambiente.
Tenho tanto por onde escolher.
Frank Sinatra, Cunnie Williams, Lighthouse Family, Ray Charles, Barry White. Enfim...
Dou ao Fadum para ser ele a escolher.
Cunnie Williams " Hopefully It Won't Happen".
Melhor não poderia haver.
Começa a tocar, e ponho em replay para este ambiente predominar até nos cansarmos ou querermos outra.
Guio-te pela mão até ao quarto, para a nossa cama King-Size de lençóis portugueses. Mas vejo que já te tinhas adiantado, ao colocar velas com cheiro a Ópio e pétalas de túlipas brancas a cobri-la.
"- És mesmo fogosa amor", sussurava eu em Inglês aos ouvidos élficos dela. Sinto ela a vibrar, ficando com aquela pele de galinha tão característica quando na presença do meu sotaque "exótico", na opinião dela.
Já me puxava para a cama pela gravata, tal como que personagem dos filmes dos anos 20.
Envolveu-me naquela sua aura, que me deixa sem fôlego mais rápido que a luz, e começa beijando meu pescoço (ela sabe o quão louco isso me deixa).
Desenvolve-se tudo rapidamente, e as velas começam tomando efeito no ambiente, ao som do cantor eleito.
Num flash, já estamos como quando viemos ao Mundo, e é como nos gostamos de ver um ao outro.
Já te vejo e sinto comigo. Entrámos no nosso Mundo intemporal e abstracto, tal como gostamos.
O teu calor corporal, em conjunto com o meu frio natural, faz-me querer-te tanto mais, pois contigo derreto-me.
O teu cabelo negro esvoaça pelo quarto, e os teus olhos avelã fitam os meus de madeira.
O ambiente aqueçe.
Já não chega a cama, nem os lençóis. Precisamos de abrir horizontes. Precisamos do céu, do espaço. Do Infinito.
Aqueçemos, aqueçemos, e aqueçemos mais. Ficamos loucos.
Contra a parede fria, pedes-me. Não, suplicas para que te possua como se não ouvesse amanhã. Que faça investidas como que se fosse o Sol incarnado. Já te falei que nas tuas mãos, sou teu escravo? Sussurro novamente para ela " Your wishes are my command milady".
Ultrapassamos a escala standart da temperatura.
Estamos no limite. Arranhas-me as costas. Mordo-te o pescoço.
Os teus seios voluptosos enrijecem e são-me tentadores durante o acto Divino todo.
Falta pouco. "Amo-te!", diz me ela entre os seus fôlegos animalescos e simultâneamente carinhosos.
Culminou. Findou. Rendes-te aos lençóis brancos, enquanto te beijo lentamente e ternuramente o corpo.
Sento-me aos pés da cama. Pego no meu tabaco de enrolar Lucky Strike e enrolo um cigarro.
Dirijo-me à cozinha para arranjar uma bebida para nós.
Fitei a garrafa de champanhe, e a de vinho tinto de 87. Tirei a de champanhe.
Dois copos de Fátima Lopes, cheios até ao cimo. Regresso ao quarto.
"- Que estamos a celebrar amor?", perguntas-me tu com um ar espantado, misturado com um ar extasiado.
"-Nada em especial. Apenas celebramos a nós. A ti e a mim, mais ninguém", dizia-lhe enquanto sorria e lhe dava uma mordidela no lábio inferior.
Levantando os copos, dizemos uníssonamente: " -A nós. Para Sempre"

Tiago Mendes
22/07/2010

Música de Momento: Cunnie Williams - Hopefully It Won't Happen

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Dual

"Tiro à noite os meus olhos de neve,
onde outrora estavam os meus de água.

Vejo um mundo que é um desfoco
do que via ontem.

Eu quero os meus olhos de água..."


Tiago Mendes
14/07/2010

terça-feira, 13 de julho de 2010

Bite

"My heart goes on like
a metal drum-set,
when feeling your cherryblossom-like
scent.
Wrapping my limbs, like a defenseless
mouse,
as you prepare for the one-hit
bite."

Tiago Mendes
05/07/2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010



Eu gosto de imortalizar merda.

Dia

"Acordo, do quente do meu colchão
arrancado por mãos frias, cirurgicamente.
Dão-,e o banho, limpam-m e alimentam-me.

Vestem-me o fato, finalizando com o nó apertado
da gravata. Estou "pronto".

Atirado para o trabalho, tremo de perguiça.
Funções e horários e ordens regem o meu dia.
Findou.

Arrasto meus pés doridos dos sapatos de marca, feitos
por capitalistas e comunistas e liberais.

Regresso a casa, para me deitar no colchão outrora quente.
Frio o cujo dito está. Durmo.

E não quero acordar amanhã outra vez. Outra vez."

Tiago Mendes
09/06/2010

sábado, 10 de julho de 2010

Baixa-Chiado

"Baixa-Chiado: intemporal
Quarto no terceiro andar, remoinho de tira-roupa selvagem.
Século XXI

Guitarras altas metálicas e baterias de pedra, que
tanto o vento como as pessoas tocam para nós,
como tocavam para Pessoa, Almada-Negreiros e Eça.

O algodão pouco tempo tem e prestes vai entrar em combustão.
A madeira victoriana liberta seu cheiro vintage. Loucura.

Soltamos versos gritados de Caeiro e Reis, e frases de terror
animalesco de Dante e King.

Faltam-me as palavras, para a minha mão poder sonhar com
esse momento, e os meus ouvidos saborearem os teus
gritos lascivantes.

Baixa-Chiado: intemporal.
O mundo dentro duma cidade onde eu te amo desde amanhã,
para sempre."


Tiago Mendes
02/07/2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ice



"Se eu pudesse congelar o tempo, passaria o resto dele contigo"

My True Vision


És-me perfeita porque és imperfeita.
E por tal completas a minha perfeição naturalmente imperfeita.
Prentes ainda ser mais perfeita do que actualmente já és?

Amo a imperfeição, pois ela sim é perfeita.
Pois, ao contrário do que o povo julga,
a perfeição é que é imperfeita.

É pobre e feia. Limitada até.

No entanto, a imperfeição é ilimitada. É, deveras perfeita.
Amas-me assim tão (im)perfeitamente, meu amor?

Tiago Mendes
08/06/2010

domingo, 4 de julho de 2010

E

Espero-te à porta da tua casa, refundida no mundo Chiado.
Ver-te na íntegra, com todo o seu ser no seu melhor e no pior.

Levar-te na minha carroça pelo meio da noite escura,
explorar contigo todos os recantos do Bairro Alto, em que
oiço tantos fados que, despoleta a vontade louca da
minha mão em pegar na coisa mais semelhante a
uma pena, e fazê-la chorar lágrimas com os meus
hieroglifos contemporâneos.

Fazer-te querer lançar no meu peito para proferires as
únicas palavras que quero ouvir de ti.

Espero-te novamente na tua porta, anos mais tarde.
Espero várias horas, com a ideia de que vais voltar a sair
pela porta verde-pinho.
Não sáis.

Pego na minha carroça, e vagueio sozinho.
Tu vives num mundo á parte do meu. Do meu, do meu.

Espero-te mais uma vez na tua porta.
Minha caneta e pena não choram mais fados nem obras como
tu gostavas.

Agora choro eu. Eu choro agora.

Por ti.

Tiago Mendes
02/07/2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Lábios Pena



“Os meus lábios são a pena, com a qual
escrevo na tua tela, grandiosas obras de
ficção exageradamente victoriano-românticas.

Tu dizes que enjoas dessas mesmas obras
tão facilmente como a terra enjoa de água.

Dia e noite, pego na minha caneta e encostado
à janela, tento desenhar relvas multipersonalísticas,
num preto e branco multicolorido.

Não consigo…
Apenas a tua me inspira e permite isso.
O resto é sombra aos teus pés.”


Tiago Mendes
30/06/2010



Para a pessoa, ela saberá quem é... <3